23.4.12

A Evolução da Moda na África Austral


Quando se pensa em África os primeiros pensamentos que ocorrem são os da pobreza e de todos os problemas que assolam aquele continente. A verdade é que depois de fazer uma pesquisa sobre a evolução da moda em África percebe-se que a alta-costura daquele continente está bastante desenvolvida. Os criadores africanos têm normalmente propensão a aliar uma estética tribal inspirada na natureza às tendências ocidentais. 


Uma das estilistas mais reconhecidas a nível internacional, Kelly Michel, chegou mesmo a afirmar que “a África austral conheceu uma notável evolução no setor da moda, apesar de existirem barreiras na sua industrialização”. Acrescenta ainda que “têm padrões africanos, mas para que a moda no continente evolua é preciso investir na formação e na industrialização a nível do continente”. Nota-se assim que o mercado da moda africana ainda é incerto e frágil. 


  

A verdade é que o mercado da alta-costura está a expandir-se, mas a indústria têxtil, pelo contrário, não está. Além disso, as peças da alta-costura são direcionadas para um público abastado. Assim, a classe média africana, que tem vindo a crescer nos últimos anos, dificilmente tem acesso a estas roupas e a classe baixa, que é a que tem um maior número de pessoas, não tem possibilidades nenhumas para adquirir vestuário de alta-costura.


Os padrões africanos são visíveis nos panos amarrados, nas roupas soltas ao corpo, no colorido exuberante das roupas, nos estampados extravagantes, no colo nu nas roupas femininas. A maioria dos estilistas africanos usam materiais locais e outros importados para as suas criações. Percebe-se assim que a moda africana está a seguir a sua própria evolução. Usam como materiais o “bazin” (que é um tecido de algodão), o “lenin”, a seda, o “rayon”, ráfia, “pagne”, palha, corda, juta, conchas do mar, etc. As criações são inspiradas, principalmente, por tendências locais tradicionais.

Existe uma crescente tendência para a troca de técnicas e design tradicionais na moda contemporânea. Por exemplo, a África é vista muitas vezes como fonte de inspiração para os ateliês de alta-costura do ocidente – como o de Yves Saint-Laurent. 


Hoje em dia, um número crescente de estilistas africanos são convidados a participar em eventos relacionados com moda na Europa, na Ásia e na América do Norte. Este facto, como seria de esperar, coloca-os na esfera dos meios de comunicação. Entre os estilistas mais conhecidos temos: Chris Seydou, que faleceu recentemente; Oumou Sy é a designer africana mais conhecida no mundo da alta-costura internacional e nas suas coleções junta a vanguarda africana com o estilismo ocidental sem pôr de parte o glamoroso afro-centrismo incorporado no estilo universal; Angybell caracteriza-se pelo domínio do bordado e pela confeção dos “pagnes”; Pathé´O é marcado por um estilo moderno e confeciona as camisas de Nelson Mandela; Brigitte Nahodé Okai baseia o seu trabalho nas tendências ocidentais com o sabor africano, tanto nos tecidos como nas cores.

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