Não é frequente encontrarmos
roupas e acessório produzidos no continente africano. Contudo, África começou a
atrair algumas marcas que apostam nas peças diferenciadas. Além de serem
produtos que marcam pela diferença, existe o envolvimento de comunidades locais
na produção em vez de apenas reverterem parte do lucro obtido para a população
mais pobre.
Ethical Fashion Africa
Tendo como mote “Isto não é
caridade, é trabalho”, esta linha de malas desenvolvida pela estilista
britânica Vivienne Westwood em parceria com o International Trade Center, já
ajudou mais de sete mil mulheres que vivem em condições de extrema pobreza.
Esta linha é produzida
manualmente em Nairóbi, capital do Quénia por um grupo de mães solteiras,
viúvas, portadoras de HIV. Estas pessoas, marginalizadas pela sociedade,
produziram três modelos de malas transformando materiais reciclados, como
banners publicitários e tendas de safári, em legítimas bolsas Vivienne
Westwood.
Além do salário recebido por cada
uma destas mulheres, que lhes permite pagar despesas de saúde, de educação e
outras necessidades básicas delas e da família, elas orgulham-se no que fazem e
esforçam-se por fazer sempre melhor. Muitas
delas sonham, em criar empresas próprias e treinar uma futura geração de
trabalhadoras capacitadas, para ajudar a economia do país a crescer.
in: viviennewestwood.co.uk
Edun
A marca Edun nasceu da colisão
entre dois conceitos: o amor pelas roupas bonitas e pelo desejo de criar uma
mudança. Nasceu às mãos de Ali Hewson & Bono em 2005 e tem como ojectivo
ajudar a desenvolver o comércio com África, encorajando a indústria da moda a
negociar lá.
A produção da Edun já mudou a
vida de 3.500 fazendeiros de algodão sustentável do norte de Uganda. Em 2009, o
conglomerado de luxo LVMH comprou uma parcela das ações da marca, como forma de
investir na moda ética e sustentável. Assim, é possível produzir uma coleção
que dialoga com o mercado internacional. Contudo, ainda existem obstáculos,
nomeadamente, ao nível de infraestruturas, transportes e até governos
corruptos.
A marca é atualmente comandada
pela estilista irlandesa Sharon Wauchob e desfila suas coleções na semana de
moda de Nova York. Sharon mistura silhuetas contemporâneas com técnicas
africanas artesanais. Esta mistura
cultural tem-se revelado uma fórmula de sucesso. Os detalhes únicos e particular
produzidos em África, adicionados a uma estética atual dão um toque único às
peças. Além disso, a história do continente, muito forte, transmite-se através
das roupas, revelando uma forte componente emocional.
in: whiteapricot.com
Trade not aid
Os acessórios da Made são um caso de sucesso no Mercado internacional,
realizando parcerias com marcas como Louis Vuitton, Topshop, Asos, Alexa Chung
e Livia Firth e com mais de 100 empregados fixos em Nairóbi. A ideia nasceu depois da fundadora e
ex-compradora de moda britânica, Cristina Cisilino, ter realizado diversas
viagens ao continente africano, o que a levou a perceber o potencial dos
acessórios artesanais feitos nas favelas da região de Kibera, na capital do Quénia.
O trabalho na marca elevou o
nível de vida de dezenas de artesãos em Nairóbi. A Made treina os seus
funcionários, oferecendo salário justo, superior ao salário mínimo do país, e
todos os auxílios que possam ser necessários (plano de saúde, alimentação, por
exemplo).
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